Erika Januza faz CHECK-IN no TV a Bordo

O último capítulo de ‘O Outro Lado do Paraíso’ vai ao ar hoje, 11 de maio, e o portal TV a Bordo – para fechar com chave de ouro a série de matérias com o elenco da novela – entrevistou Erika Januza, intérprete de Raquel Custódio, uma mulher que venceu o preconceito racial, deu a volta por cima e ensinou que “podemos ser o que quisermos”.
Aos 33 anos de idade completados no último dia 7 de maio, Erika Januza festeja ter trabalhado numa obra do autor Walcyr Carrasco. “Já era uma coisa que eu queria muito, porque é uma admiração que vem desde ‘Xica da Silva’. Trabalhar com Walcyr Carrasco é um presente da vida!”, derrete-se.
A seguir, acompanhe a entrevista inédita em que Januza fala sobre carreira, faz um balanço da personagem e revela bastidores de ‘O Outro Lado do Paraíso’.
Senhoras e senhoras, Erika Januza:
TV a Bordo – Vamos começar falando da sua vontade, do seu desejo de trabalhar em uma novela do Walcyr Carrasco. O que representou estar numa obra do autor?
Erika Januza – Trabalhar com o Walcyr já era uma coisa que eu queria muito, porque é uma admiração que vem desde ‘Xica da Silva’; eu tinha vontade de fazer ‘Xica da Silva’ (TV a Bordo: você tem cara de ‘Xica da Silva’), eu adoraria fazer Xica da Silva! A Taís Araújo era a minha inspiração, ver uma negra na TV… e hoje, trabalhar com ele é um presente da vida, e com uma personagem mais presente ainda, para falar de um assunto que me afeta diretamente, que é o racismo. O preconceito em relacionamentos, outro tema, que eu também já passei… mas não é só o fato de eu ter passado, pessoas que vivem isso todos os dias, não só com as questões de relacionamentos, mas, também, do preconceito racial sofrido pela patroa. O Texto do Walcyr veio com uma força e uma realidade impressionante.
TV a Bordo – Passado quase um ano depois que começaram a gravar lá no Jalapão, qual é o balanço que você faz sobre a Raquel em ‘O Outro Lado do Paraíso’? Raquel começou como uma empregada doméstica e tornou-se uma juíza quebrando muitos paradigmas; você acha que a personagem ajudou a diminuir o preconceito racial?
Erika Januza – Sim, mas temos um longo caminho para a diminuição do preconceito e não só o racial. E personagens como a Raquel ajudam e fortalecem esta luta. Sempre digo: ‘PODEMOS SER O QUE QUISERMOS’. A cor da pele não pode me limitar a conquistar meus objetivos e sonhos. E que seja assim para todos. Sou muito grata por tudo que Raquel pôde representar às pessoas. Honestidade, perseverança, fé, amor, respeito a si mesmo e com o próximo, autoestima, elegância dentre muitas outras qualidades! Gratidão por este presente!
TV a Bordo – ‘O Outro Lado do Paraíso’ foi uma novela recheada de momentos marcantes, e não poderia ter sido diferente com a Raquel, diante disso, gostaria que você escolhesse três sequências inesquecíveis da personagem na trama de Walcyr Carrasco.
Erika Januza – Difícil escolher apenas três. Mas o arco dramático da personagem foi tão bem construído. Com um início, meio e fim que me deixaram bem feliz não só como atriz, mas como a espectadora que também sou. Primeiro: conhecer Bruno (Caio Paduan). Foi um amor ao primeiro olhar. Segundo: ser demitida, humilhada e voltar juíza. Terceiro e último: ouvir o perdão de dona Nádia (Eliana Giardini) e realizar o sonho de se casar com o seu grande amor.
TV a Bordo – Você contracenou com nomes consagrados da teledramaturgia brasileira, como Eliane Giardini, Zezé Motta, Luís Mello, e talentos da nova geração, Bianca Bin, Caio Paduan e Sérgio Guizé, entre outros. Gostaria que você relatasse como foi trabalhar com esses colegas, as experiências ou até contasse alguma história engraçada e inusitada de bastidores.
Erika Januza – Impressionante o encontro de várias gerações que foram tão felizes. E a chance de ver o trabalho de tantos profissionais admiráveis de perto e aprender com eles. Pois se tem uma coisa que gosto de fazer é observar. Já começamos com momentos lindos, tivemos ensaios que foram muito importantes para a integração e maior intimidade de todos. Antes mesmo das gravações, já nasciam as personagens. Fomos muito felizes com nossa direção. Ver seu Lima (Duarte) é dona Fernanda (Montenegro) passando o texto e questionando, dava uma admiração e, ao mesmo tempo, uma sensação de humanidade, não sei bem explicar. E falando particularmente de Caio (Paduan – intérprete do Bruno)… criamos uma intimidade que nos permitiu construir juntos também a intimidade das personagens. Foi um trabalho muito especial.
TV a Bordo – Vamos falar da sua carreira. Você estreou na TV em 2012 na pele da Conceição em ‘Subúrbia’, dirigida por Luiz Fernando Carvalho; fez ‘Sol Nascente’, do Walter Negrão e, agora, a Raquel de ‘O Outro Lado do Paraíso’. Acredito que essas personagens devem ter um carinho todo especial por você. Qual seria a frase para definir cada uma delas?

CONCEIÇÃO
Meu lindo início! Meu batismo!

JÚLIA
Meu reinício!

RAQUEL
Minha madrinha!
Para encerrar, qual é a poesia que lhe serve de inspiração?
“Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. “
(Tabacaria) Fernando Pessoa

por Warlen Pontes