Prêmio Anamatra de Direitos Humanos: disponível no PlayPlus, documentário foi finalista do Prêmio Vladimir Herzog e vencedor do Premio da República

Na sexta-feira, dia 30 de outubro, o Câmera Record recebeu a menção honrosa no Prêmio Anamatra de Direitos Humanos, promovido pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho.
“A Escravidão no Século XXI”
O reconhecimento do programa veio com a reportagem “A Escravidão no Século XXI”, que abordou a exploração de trabalhadores em plantações de cacau. Além do Anamatra, este mesmo documentário foi finalista do Prêmio Vladimir Herzog e vencedor do Prêmio da República.
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Marcelo Magalhães
No evento da premiação, que aconteceu de maneira virtual, o jornalista Marcelo Magalhães, que participou da reportagem, falou sobre sua importância. “Não foi apenas uma denúncia de sete casos diferentes de famílias exploradas nas lavouras de cacau no Pará e no sul da Bahia, mas também a gente conseguiu avançar no sentido de que um lavrador foi resgatado de condições análogas à escravidão e recebeu as devidas indenizações. Fazendeiros foram notificados e, com a Lei de Acesso à Informação, conseguimos provar que um fazendeiro e um cerealista já tinham sido indiciados e continuam a explorar os lavradores nas regiões”, disse, em seu discurso de agradecimento.
A equipe premiada
Fazem parte da equipe premiada os jornalistas Marcus Reis, Adriana Farias, Gilson Fredy, Marcelo Magalhães, Rafael Gomide, Mateus Munin, Renata Garofano, Gustavo Costa e Pablo Toledo. E ainda, Caio Laronga, Diego Molina, Rafael Ramos e Renan Laranjeira; sob a direção de Aline Sordili, Clóvis Rabelo, Rogerio Gallo e Thiago Contreira; e a vice-presidência de Jornalismo de Antonio Guerreiro.
Quatro meses
Ao todo, para a produção de “A Escravidão no Século XXI”, foram necessários quatro meses de investigação em três estados. O documentário ainda exibiu de documentos obtidos com exclusividade pela Lei de Acesso à Informação.
A equipe do Câmera Record desenvolveu também, em parceria com o R7.com, o projeto R7 Estúdio com material inédito, bastidores da reportagem, podcast e infográficos exclusivos. Este conteúdo pode ser acessado no portal, em https://estudio.r7.com/.
A reportagem completa está disponível no PlayPlus.
Sobre a reportagem
Exibida em 29 de setembro de 2019, “A Escravidão no Século XXI” apresenta um panorama sobre o trabalho infantil e análogo à escravidão nas plantações que sustentam o setor bilionário do cacau.
US$ 110 bilhões
Em fazendas às margens da rodovia Transamazônica e na chamada Costa do Cacau, a equipe encontra um rastro de pobreza e desigualdade na origem de um setor que movimenta mais de US$ 110 bilhões de dólares.
Uruçuca
Em Uruçuca, na Bahia, lavradores vivem em casas sem água, luz e banheiro. No Brasil que flerta com a escravidão em pleno século XXI, tudo parece estacionado no tempo. Mateus, que trabalha no cacau há 12 anos, não tem ideia de como é um cinema. “Rapaz… Eu não sei como é, não”, revela, envergonhado, ao repórter.
Em Medicilândia, no Pará, considerada a capital brasileira do cacau, duas em cada três famílias vivem com até meio salário mínimo.
O programa apresenta flagrantes surpreendentes de trabalho infantil durante fiscalizações surpresa do Ministério Público do Trabalho. E as ainda mais surpreendentes justificativas dos fazendeiros, como a de Raimundo ‘Nó Cego’. “(Criança trabalhar) não é exploração!”, esbraveja. “Outra mentira muito grande dizer que o garoto que trabalha não vai estudar porque está cansado. Mentira isso!”.